Quando se trata de cuidar da saúde bucal, muitas vezes surgem algumas dúvidas. Desde o nascimento até a terceira idade, manter um hábito correto de higiene com os nossos dentes e as outras partes integrantes da nossa boca pode te salvar de muitas situações desagradáveis – e de muitos probleminhas bucais também. Afinal, um sorriso bonito mesmo é um sorriso bem saudável, certo? Para esclarecer todas as suas questões relativas à maneira adequada de praticar a higiene bucal, é só acompanhar a matéria a seguir!
1. Higiene bucal
Você já deve ter ouvido a expressão de que a saúde começa pela boca, não é mesmo? Pois bem, essa é uma grande verdade. Além de ser a chave para ter um sorriso ainda mais bonito, cuidar da sua higiene bucal é a melhor forma de prevenir alguns problemas que podem atingir a cavidade oral, como as cáries, por exemplo. Mas para manter uma boa higiene e deixar seu sorriso livre de problemas, é preciso saber quais são os principais itens utilizados para realizar a limpeza e que importância eles têm nesse processo.
1.1 Como escolher a escova de dente ideal?
Depois de tanto tempo usando a mesma escova, você percebe que ela já está com as cerdas gastas, e está na hora de aposentá-la e adquirir uma nova. Quando chega o momento de escolher uma substituta, a verdade é que são tantas opções que às vezes a gente acaba ficando meio perdido. Mas além de detalhes como a atenção às cerdas e ao formato do utensílio, é preciso identificar qual a melhor opção para deixar seu sorriso bem bonito e limpinho. Para isso, você pode conversar com o seu dentista e esclarecer possíveis dúvidas para definir qual a ideal para você. Confira quais são os modelos disponíveis no mercado:
1) Escova tradicional: É o modelo mais popular entre os pacientes, e normalmente é a primeira escova com que temos contato na infância. Além disso, tem uma variedade surpreendente de opções, podendo variar o tipo de cerdas e o tamanho da cabeça. Apesar disso, a maioria dos especialistas aconselha o uso das de cerdas macias e extra macias, já que elas são capazes de remover restos de alimento e placa bacteriana da cavidade oral com mais facilidade e eficácia. “Escovas muito duras e rígidas podem dilacerar os tecidos gengivais, causar abrasão nos dentes e recessão gengival”, alerta a dentista Rhianna Barreto. Normalmente, o tempo de uso indicado para a escova tradicional é de três meses. Após esse período, é necessário realizar a troca por outra escova.
2) Escova ortodôntica: Este tipo de escova é o ideal para pacientes que estão em tratamento ortodôntico e que precisam ter ainda mais cuidado com os restinhos de alimentos que podem ficar presos no aparelho. Ela possui cerdas com formato em V, permitindo uma maior limpeza das laterais dos dentes e do aparelho. “A presença de alturas diferentes da escova ortodôntica para a escova tradicional facilita o contato das cerdas em uma superfície maior do dente e do aparelho”, explica o especialista em ortodontia Caio Botta.
3) Escova interdental: Apesar de ser confundida com a escova anterior, esse modelo funciona como auxiliar ao tratamento ortodôntico, mas também pode ser indicado em casos de doenças periodontais, cirurgias ou implantes. Ele se aproxima à função do fio dental, com apenas uma diferença: com o uso do aparelho, o fio dental não consegue alcançar a linha da gengiva, que deve ser higienizada. A escova interdental, portanto, complementa esse processo. “Elas chegam a locais de difícil acesso e também ajudam na remoção de bactérias e restos alimentares”, conta Caio.
4) Escova elétrica: Mais recente que o modelo tradicional, a escova elétrica se diferencia devido ao seu formato mais arredondado e por possuir cerdas macias que giram em diferentes inclinações, tornando o processo de escovação mais prático e fácil. Em comparação ao modelo tradicional, elas são capazes de remover até 100% mais placa bacteriana, contando com um controle de tempo de escovação e da força aplicada. Segundo o odontólogo Vinícius Barçal, os sistemas de controle são para não permitir que o paciente exerça força em demasia sobre o dente e a gengiva, com um timer que indica o tempo adequado de escovação para cada área. Vale lembrar que, assim como a escova tradicional, a recomendação é para que se troque a cabeça da escova por um refil a cada três meses.
1.2 Como escolher o creme dental ideal?
Assim como a escolha da escova de dentes é importante, a do creme dental também é! “Esse produto possui componentes químicos que são funcionais contra a formação de placa, manchas, bem como um eficaz agente carreador de flúor para nossos dentes”, explica o dentista Caio Soeiro. Se você é do time dos indecisos, respira um pouquinho, porque a variedade é bem grande, mas não precisa se desesperar porque o Sorrisologia está aqui para te ajudar nessa missão!
Dentes sensíveis: Para quem tem dentes sensíveis, existem cremes próprios que ajudam a combater esse desconforto. Por possuir fluoreto de estanho (SnF2) na composição, esse tipo de creme dental é capaz de bloquear os canais conectados aos nervos do dente, evitando o desconforto causado pela sensibilidade.
Cuidado com a gengiva: para pessoas que passam por problemas na região da gengiva, existem opções de cremes dentais bem específicos que ajudam a eliminar as placas que costumam se acumulam no local.
Branqueadores: Você já deve ter ouvido falar na ação “whitening”, não é? É exatamente para isso que serve esse tipo de creme dental: proporcionar um sorriso ainda mais branco, podendo remover até 90% das manchas nos dentes e sem causar nenhum dano ao esmalte. Para quem realizou clareamento dental recentemente, é uma ótima maneira de complementar ainda mais o resultado do procedimento.
Hálito refrescante: Se o problema é mau hálito, a solução está bem aqui! Capaz de trazer uma sensação de refrescância até cinco vezes mais duradoura, esse tipo de creme dental é ideal para quem tem problemas com a halitose e deseja manter esse cheirinho desagradável o mais longe possível. É importante, porém, verificar se o creme dental não contém álcool em sua composição e tirar possíveis dúvidas com o seu dentista.
Limpeza profunda: Apesar de não substituir os outros itens necessários para uma boa higiene bucal, o creme dental de limpeza profunda é uma excelente opção para quem deseja ter a sensação de uma boca limpinha. Capaz de eliminar praticamente todas as bactérias presentes na cavidade oral, ele possui um sistema único de higiene.
Mesmo com tantos tipos diferentes, um ponto que é fundamental é que o creme dental deve conter flúor, substância que auxilia no controle de tártaro. Além disso, também vale ressaltar que não é necessário captar uma grande quantidade de creme na hora da higiene bucal, já que uma porção equivalente ao grão de uma ervilha já é o suficiente para que a sua boca fique bem limpinha. Então cuidado para não pesar a mão na hora da escovação, hein?
1.3 A importância do fio dental
Além da escova e do creme dental, outro importante item para auxiliar na higiene bucal é o fio dental, que deve ser utilizado pelo menos uma vez ao dia. Como a escova não consegue alcançar todas as partes que precisam ser higienizadas de nossa boca, seu uso se faz fundamental para limpar os espaços entre os dentes, onde costumam ficar acumulados alguns restos de comida. Pode parecer que não, mas um fiozinho acaba fazendo uma baita diferença no meio desse processo. Quem diria, né? Para que seja feito o melhor uso do item, recomenda-se cortar aproximadamente 40cm do fio, enrolá-lo nos dedos médios para, enfim, deslizá-los suavemente entre os dentes – podendo ser feito antes ou depois da escovação. Em casos de tratamento ortodôntico, indica-se também a utilização do passa-fio para auxiliar nessa limpeza. Se o paciente tiver qualquer dúvidas quanto à isso, basta procurar um profissional para melhores orientações.
1.4 Não esqueça do enxaguante bucal
O enxaguante bucal, assim como o fio, precisa ser utilizado frequentemente. De acordo com o periodontista, Sérgio Siqueira, ele é um elemento extra que auxilia na limpeza da boca e tem aquele papel de finalizar a higiene. Seu uso impede que mais bactérias invadam o ambiente e, dependendo da ação, pode ajudar a cuidar de problemas bucais, como a sensibilidade, cárie ou até deixar os dentes mais claros. Lembre-se sempre de escolher este produto com ajuda do seu dentista e, antes de adquirir, veja se não contém álcool em sua composição.
O enxaguante, por sua vez, é a finalização perfeita da higiene bucal. Ele não deve ser diluído em água, e deve ser deixado agir por um minuto. Atenção também para não engolir! Faça o bochecho com cuidado, e não precisa fazer gargarejo. Depois de usá-lo, não limpe a boca com água, se não o efeito desse produto acaba sendo minimizado.
2. A higiene bucal com o passar dos anos
Agora que você já tem em mente quais são os principais itens para realizar uma boa higiene bucal e como eles ajudam a prevenir os diversos probleminhas que atingem a cavidade oral, que tal entender a importância desse processo em cada fase da vida?
2.1 Na infância
Quando se é criança, a responsabilidade de orientar no processo de escovação dos dentes cabe, na maioria das vezes, aos pais da criança. Mas antes mesmo de os primeiros dentinhos nascerem, já é importante iniciar um hábito de higiene bucal no bebê. “Pode-se massagear a gengiva com ajuda de uma gaze ou dedeira e, até mesmo, utilizar compressas de gaze com chá de camomila gelado no local onde está nascendo o dentinho”, indica a odontopediatra Simone Bastos.
Dessa forma, quando os dentes de leite começam a surgir, a criança já está mais acostumada com o processo de limpeza da cavidade oral. Para a escovação dos primeiros dentinhos, ela indica que o ideal é que seja realizada com escova de cerdas macias e cabeça pequena, usando uma quantidade mínima de pasta de dentes fluoretada.
2.2 Na fase adulta
Apesar de ser bastante importante cuidar dos dentes de leite na infância, quando eles caem e os dentes permanentes começam a assumir suas posições, é preciso de muita atenção à nova dentição. Como eles serão os dentes que vão te acompanhar para o resto da vida, todo cuidado é pouco. Até mesmo porque problemas como cáries e doenças gengivais são bastante comuns durante essa fase. “No geral, é importante que os pacientes saibam que não é necessário aplicar muita força durante a escovação, pois pode acabar agredindo a gengiva e desgastando o esmalte dental, principalmente quando associado a cremes dentais mais abrasivos”, ressalta a dentista Heloísa Crisóstomo.
2.3 Na terceira idade
A verdade é que pessoas idosas devem ter os mesmos cuidados que uma pessoa mais jovem, mas é importante ficar atento à alguns detalhes quanto à saúde de cada um. Isso porque pacientes diabéticos, por exemplo, precisam de um cuidado redobrado com a higiene bucal, já que eles estão mais propensos a desenvolver doenças periodontais. Além disso, também deve-se observar outros fatores associados à saúde do paciente que possam influenciar na cavidade oral. “Boca seca pode ser um efeito colateral comum pelo uso de medicamentos, assim como a halitose. Da mesma forma, uma alimentação defasada pode atingir os dentes e a gengiva”, esclarece a dentista Katyuscia Lurentt.
3. Problemas que podem ser causados pela falta de higiene bucal
Como já foi dito anteriormente, a falta de higiene bucal pode trazer uma série de consequências para a saúde, além de situações um tanto desagradáveis. Sangramentos inesperados ao escovar os dentes, dor e o aparecimento de manchas nos dentes são sinais de que as coisas não estão indo muito bem. Por isso, ao desconfiar de qualquer anomalia, o ideal é que a pessoa procure um especialista para identificar o que está acontecendo e as causas, para logo em seguida sugerir o tratamento mais adequado ao paciente. Saiba mais sobre os problemas mais comuns logo abaixo.
3.1 Cáries
Muito associada à falta de higiene adequada, a presença de cáries pode se tornar um verdadeiro pesadelo para o indivíduo. “Ao nos alimentarmos, as bactérias presentes em nossa boca consomem o açúcar do alimento, transformando-o em ácido. Estes ácidos desmineralizam os dentes de forma progressiva, podendo no início fazer com que surjam manchas brancas. Se este processo não for interrompido, a mancha branca pode evoluir para uma cavidade no dente, que seria a cárie propriamente dita”, explica o periodontista Cléber Ferreira Jr. Quanto aos sintomas, o mais comum é a dor de dente, mas outros que também podem ser observados é a presença de dentes escurecidos e sensibilidade à comidas com temperaturas extremas. Entretanto, é importante frisar que nem toda dor de dente necessariamente é um indício deste problema – o ideal é que o paciente recorra à um especialista para identificar o que está causando a dor.
3.2 Tártaro
Sabe aquelas manchinhas amareladas que começam a surgir no dente? Pois então, sua formação acontece quando as placas bacterianas se depositam em nossa boca e não são eliminadas diariamente ou de maneira correta entre os dentes, gerando uma placa calcificada conhecida como tártaro. “Ele surge pela deficiência na higienização e acúmulo progressivo da placa bacteriana camada por camada sobre a superfície do elemento dental”, conta o cirurgião-dentista Max Ferreira. Mas além de prejudicar o sorriso, o tártaro também é a porta de entrada para outros problemas bucais mais graves, como a gengivite e a periodontite. Portanto, o ideal é tratar essa plaquinha com o seu dentista, pois só ele poderá realizar o procedimento correto para eliminá-la, com o auxílio de ferramentas como curetas periodontais e ultrassom.
3.3 Mau hálito
Bafinho é uma coisa que ninguém merece, mas você sabia que há formas de evitar esse desconforto? Manter uma boa higiene bucal não te ajuda somente a manter um sorriso bonito, mas deixa tudo mais refrescante e pode te salvar de situações constrangedoras causadas pelo mau hálito. As principais causas para que a halitose dê as caras são a saburra e doenças periodontais, e o especialista em halitose Maurício Duarte explica o que é cada uma: “A saburra ou o biofilme lingual é uma placa bacteriana esbranquiçada ou amarelada que se forma no fundo da língua e doença periodontal são as que acometem a gengiva, osso de suporte dos dentes e as fibras do ligamento (que unem gengiva, dente e osso)”.